Brasil fecha Mundiais de Downhill Speed e Street Luge com três nomes no top 10

O Skateboarding brasileiro fechou as disputas dos Mundiais de Downhill Speed e Street Luge com três nomes no top 10. Murilo Medeiros se garantiu na final, sendo o quarto melhor na corrida deste sábado (21), na Itália, e terminando o evento muito perto do pódio. Além dele, Willian Rubim representou o Brasil até as semifinais, ficando com a oitava posição. No Street Luge, Rafael Manfrinato também avançou até a semifinal, terminando o evento na sétima colocação. As disputas foram realizadas em Tortoreto, na região de Abruzos, ao leste de Roma (ITA). Um total de 10 brasileiros participaram da competição.

Downhill Speed

O Downhill Speed masculino começou com 64 skatistas divididos em 16 baterias com quatro participantes em cada uma. A segunda fase seguiu com os 32 melhores divididos em oito baterias. As quartas de final reuniram 16 nomes divididos em quatro baterias. As semifinais contaram com duas baterias de quatro e a final foi disputada pelos quatro melhores. 

Além de Murilo Medeiros (4º) e Willian Rubim (8º), o Brasil ainda teve Bruno Spengler (16º) no top 20 do mundial, além de Daniel Lara (29º), Bernardo Brambila (41º) e León Sastre (61º).

"Primeiramente agradeço a Deus, à minha família e aos meus patrocinadores, a Face Skate, a Home Imóveis e a Up Fitness Academia, por me ajudarem a tornar todo esse sonho possível. Estou muito feliz com meu resultado. Sei que ainda tinha potencial para ir para a final, mas skateboard é isso. É muito diferente quando se trata de competir contra os melhores atletas do mundo. A pressão é grande. Todos têm chance", destaca Willian Rubim.

"Estou muito feliz mesmo com todas as mensagens, toda torcida, toda força dos espectadores a todo momento. É uma sensação única estar ali representando a nossa bandeira verde e amarela.Gostaria de ter condições e tempo de me preparar de verdade para uma competição deste nível, mas a gente faz o que pode! E está tudo ótimo. Para a primeira vez na Europa, estou muito feliz mesmo. Uma experiência incrível", completa o skatista.

No feminino, a competição começou com 32 skatistas, seguindo os mesmos critérios do masculino. Beatriz Ferreira (19ª) também ficou no top 20 do mundo, com Anna Ohata e Valeria Ribeiro na 22ª e 23ª colocação, respectivamente.

Street Luge
No Street Luge, o representante do Brasil foi Rafael Manfrinato, que fez sua estreia em um Mundial nas disputas na Itália. Ele fechou a competição na sétima colocação, avançando até a semifinal.

"Participar do Mundial foi uma experiência incrível, gigantesca para a minha carreira. Já estou há 20 anos no esporte, mas infelizmente nunca tinha tido uma outra oportunidade de participar de uma etapa do Mundial e de uma competição internacional desse nível. Sempre disputei o ranking nacional, etapas internamente, mas nunca tive a oportunidade de representar o país no exterior. O resultado foi acima do esperado. Sinceramente, fui com a cabeça voltada para ficar entre os 10, justamente por essa falta de experiência, não conhecer muito os adversários, apenas por vídeo, pelo que vem ocorrendo no cenário do Street Luge nos últimos 10 anos", destaca o skatista.
Depois de um primeiro dia de treino debaixo de chuva, o tempo melhorou a partir da quarta-feira, permitindo que a preparação terminasse com pista seca. Nas tomadas de tempo, Rafael Manfrinato garantiu mais uma boa colocação, se classificando para a corrida.

"No primeiro dia a gente teve muita chuva. Treinamos debaixo de chuva. As expectativas não eram tão boas. Na quarta-feira, nas tomadas de tempo, a chuva parou de manhã. Aí foi onde de fato a gente conheceu a pista. A gente pôde fazer um treino com ela seca, conhecer toda a pista e poder extrair o máximo da técnica dos treinos e extrair o máximo da pista. Na quinta-feira foram as tomadas, aí totalmente no seco. Aí sim a gente pôde dar o máximo, fazer a descida contra o relógio apenas. Eu cheguei a obter o sexto tempo. A forma como fizeram o time trial você ia passando para as próximas etapas. Eu cheguei até a final. Aí eu fiquei entre os 10. Mas na última etapa eu não consegui fazer um tempo bom. Acabei ficando na 10ª colocação. Já estava totalmente satisfeito. Ficar entre os 10 do mundo já estava sendo totalmente gratificante", comenta.

As corridas ficaram reservadas para o sábado (21). No caso do Luge, começando a partir das oitavas de final, com 32 skatistas, ainda no período da manhã. Rafael Manfrinato superou as duas primeiras fases para se garantir entre os semifinalistas.

"A gente começou fazendo a primeira bateria de manhã. Foram as oitavas de final, onde eu consegui passar. Foi uma bateria extremamente difícil pra mim. Me senti muito pressionado porque as transmissões não estavam sendo feitas ainda. Iam ser iniciadas após o almoço. Nas quartas de final eu consegui fazer uma boa descida também. Garanti a segunda posição. Depois acabei perdendo nas semifinais. Acabei não conseguindo prosseguir. Eu ia fazer a consolação, mas infelizmente a organização achou melhor não efetuar a descida da consolação por causa do tempo. E fizeram somente as finais. Acabei ficando na sétima colocação por conta do tempo que fiz na classificação e terminei o Mundial como sétimo colocado", afirma o skatista.

De volta ao Brasil, Rafael Manfrinato comemora o saldo da primeira experiência em um Mundial

"Superei totalmente as minhas expectativas. Saí com o sentimento extremamente gratificante de que fiz tudo aquilo que eu podia fazer. E também já com muita bagagem, muita experiência em relação ao que eu posso melhorar e fazer em relação aos outros competidores. Porque ali estavam os melhores do mundo de cada país. Ter colocado o Brasil entre os sete foi algo extremamente importante. Diante de tudo aquilo que a gente enfrenta, de tudo aquilo que a gente passa no país em questão de apoio, financeira, dificuldades, materiais, enfim. Para mim foi como tirar leite de pedra. Me senti extremamente grato por tudo, por todo apoio de todos, amigos, familiares, empresas parceiras. Só tenho a agradecer essa experiência incrível", completa.