Você está em:
Brasileiros conquistam ouro no primeiro Mundial de E-skateboarding da história
Publicado em: 20/09/2024 23:10

Foto: Player1 / Divulgação
É do Brasil! A história foi escrita no primeiro Mundial de Skateboarding com a presença dos e-sports. Na quinta-feira (19), Maria Luiza e André Hilton representaram o país nas finais e saíram vitoriosos em suas respectivas categorias. Maria Luiza, conhecida como Maluzzita no universo gamer, aos 19 anos se tornou a primeira mulher brasileira a se classificar e vencer a competição, conquistando o título inédito. Já no e-skateboarding masculino, o pernambucano André Hilton, de 23 anos, também garantiu o ouro ao alcançar a maior pontuação, 91 pontos.
Maluzzita e André integraram o time brasileiro sob a liderança do coach João "JD" Dutra, representando a Confederação Brasileira de Skateboarding (CBSk), com apoio da Player1 Gaming Group, braço de games e e-sports da Globo. A Player1 organizou uma seletiva aberta do jogo Skater XL, plataforma na qual as competições de e-skateboarding foram realizadas. André se destacou com a maior pontuação entre os homens, enquanto Maluzzita, que é embaixadora da DiversiGames, garantiu a vaga feminina no mundial.
Na quarta-feira (18), ambos se classificaram para as finais com as maiores pontuações. Na decisão de quinta-feira (19), Maluzzita conquistou o título ao somar 66 pontos, superando suas concorrentes italianas e garantindo a primeira medalha de e-skateboarding de um Mundial chancelado pela federação internacional.
“Estou radiante com esta vitória! É uma alegria imensa vencer minha primeira competição fora do Brasil e poder trazer este troféu, representando o meu país e todas as mulheres jogadoras de esportes eletrônicos, principalmente as brasileiras. Agora me aguardem nos Jogos Olímpicos de 2025, na Arábia Saudita”, comemora Malu.
Criada no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, Maluzzita começou a jogar em lan houses da região. Sem computador ou videogame próprios, ela treina na casa do tio e conta com o apoio da DiversiGames, que oferece infraestrutura e acesso ao letramento digital para jovens em situação de vulnerabilidade.
“Eu sou atleta de e-skate, mas eu não tenho computador nem videogame ainda. Eu jogo na casa do meu tio que tem computador, onde eu passo a maior parte do meu tempo jogando”, conta Maluzzita.
O outro brasileiro na disputa, André Hilton, por sua vez, descobriu o Skater XL devido à sua paixão pelo skateboarding e começou a jogar após ver conteúdos de seus ídolos no jogo. O pernambucano soube da seletiva da Player1 por meio de sua namorada, que viu o anúncio e imediatamente o encaminhou para ele, que já era um jogador dedicado do simulador.
André descreveu sua experiência ao viajar com todas as despesas pagas e sobre a conquista do ouro no e-skateboarding em um evento mundial. Para ele, o impacto da vitória não foi apenas para a comunidade do Skater XL, mas também para o cenário de e-sports como um todo.
“A sensação de ter passado na seletiva foi absurda. Eu não estava acreditando, parecia um sonho e demorou pra ficha cair, e só caiu de fato quando eu estava no avião. Foi minha primeira vez fora do Brasil, nenhuma outra experiência foi parecida com isso. E vir pra Roma, por conta de um jogo, é algo muito surreal pra mim, minha família, porque de onde eu venho isso não acontece. Agora é tudo novo, tenho outra perspectiva de mundo, isso alimenta um sonho e faz com que a gente continue acreditando”, desabafou o medalhista de ouro.
Sobre sua rotina de treinos, André revelou que desde que passou na seletiva, entrou em modo foco total, mantendo uma mentalidade de alta performance. “(A motivação) veio desde a seletiva. Pra participar da seletiva eu já estava levando muito a sério, eu fiz acreditando na parada. O que mais me motivava era saber que ‘Roma estava logo ali’ e que era possível. E desde quando eu passei, eu continuei treinando, acreditando, mesmo com muito medo de sair pra outro país pra competir e encontrar os melhores”, revelou o campeão masculino.
Ele também ressaltou a importância do título para o desenvolvimento dos e-sports e do Skater XL. “Eu acho que (o título) é muito importante não só pro pessoal do Skater XL, mas pros esportes eletrônicos conseguirem participar de um evento tão grande como esse. E que daqui pra frente a gente consiga melhorar o evento cada vez mais para que ele evolua porque tem muito potencial”, finalizou André.
O Skater XL, jogo no qual foram campeões, é conhecido por proporcionar uma experiência realista das manobras de skateboarding. O simulador já esteve presente em eventos como o Skate Total Urbe (STU), ALMA Festival e Só Track Boa, por meio do Street Gamers, uma iniciativa da Player1 voltada para o público jovem que combina skateboarding e cultura urbana com o mundo dos games.
A inclusão do Skater XL no Mundial de Skateboarding de 2024 acontece em um momento em que o Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou a criação dos Jogos Olímpicos de E-sports, com estreia marcada para 2025. Os jogos terão três categorias: esportes físicos em plataformas virtuais, simuladores de esportes, e games alinhados aos valores olímpicos.
Tanto Malu como André decidiram investir no e-skateboarding quando a Player1 Gaming Group abriu uma seletiva para escolher os dois representantes da Confederação Brasileira de Skateboarding (CBSk). Ter os dois primeiros medalhistas de ouro brasileiros, para Eduardo Musa, presidente da CBSk, é um reflexo da força do Brasil na cultura do skateboarding.
“É um marco histórico termos os primeiros campeões mundiais de Skateboarding nos e-sports. O Skateboarding brasileiro, que sempre se mostrou forte na cena mundial, reafirmou esse protagonismo agora também no universo virtual”, afirma Eduardo Musa, presidente da Confederação Brasileira de Skateboarding (CBSK).
Na preparação para o torneio inédito de Skater XL, a Player1 auxiliou André Hilton com treinos à distância e Malu através do apoio no treinamento do centro de formação da DiversiGames, em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde a atleta teve todo o aparato para treinar e buscar o ouro. Para o CEO da P1GG, Leandro Valentim, o e-skateboarding faz parte de uma nova categoria esportiva dentro dos e-sports: os e-atletas olímpicos.
“Estamos acompanhando de perto este movimento há algum tempo, já com uma posição clara no debate a favor da inserção dos e-sports no ambiente olímpico, apoiando instituições, marcas e empresas a desenvolverem suas estratégias para aproveitar as oportunidades que estão surgindo cada vez mais para a conexão entre estes dois mundos que conversam tanto”, diz o CEO.
Leia Mais
Patrocínio


